sábado, agosto 28, 2004

A Voz do Povo: A voz do dono

Como se escreve o que não sei dizer?

“Espero um momento na sombra da rua,
ouço uma voz que me lembra a tua.”*

A grande caminhada começou lá atrás. Há muito tempo. Posso não ter dado por isso, posso (por vezes) achar que ainda não é a altura para levantar a cabeça.

“Ínfima parte de um sonho perdido,
libertei-o já o tinha esquecido.”*

Quantas vezes pensei que ia cair novamente? Quantas vezes caí? Tantas. Tão poucas.

“É o sinal...
para recomeçar.”*

Os olhos olham para o horizonte. O céu não está azul. O mar não está calmo Ainda bem. Seria frustante se estivesse. Não gosto de céus azuis. Não gosto do mar calmo. Gosto de não saber o que se vai passar amanhã. Tenho um certo prazer em saber que nada será como eu gostaria. Força-me a lutar.

“Incita-me a atirar
para recomeçar.”*

Ando para a frente. Por vezes parece que não muda nada. Parece que as coisas dão voltas para apenas ficar tudo na mesma. E o que posso fazer? As minhas escolhas foram sempre feitas por mim. Tive essa oportunidade.

"...para que sorrir seja sempre vulgar..."*

E o que foi feito? Nem sei. Está feito. É o que interessa. Sou arrogante. Não me arrependo de muita coisa.

"Espero que amanhã tudo seja diferente
e que tu possas estar presente."*

*Mesa
Esquecimento


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