sábado, agosto 07, 2004

conto (mais um...?)

Sem qualquer planeamento, decidiu ir ver com os seus próprios olhos.
Não queria acreditar no que lhe estava a acontecer.
À medida que avançava pelas ruas da cidade, pensava que desta vez tudo se iria compor, que as suas razões eram mais fortes.
Se tivesse a hipotese de explicar tudo aquilo que sentia, de passar para palavras tudo o que lhe passava pela cabeça, veriam que tinha razão. E aí, tudo voltaria à normalidade.
Chegou mais cedo do que devia.
Enquanto fumava, decidiu pedir-Lhe ajuda. Que Ele lhe desse a lucidez necessária para dizer as palavras certas.
Já agora, e como pedir não custa, que tudo voltasse a ser como era...
Até que finalmente chegou a hora.
Aproximou-se e disse olá.
Do outro lado, a surpresa e a indiferença, estavam estampados na resposta: “Ah... olá...”
Entrou e começou a falar. A principio de forma atrapalhada. Até inventou certos pormenores em que não acreditava, mas que no futuro acabariam por fazer todo o sentido.
Quando acabou, ouviu o que não queria: “neste momento não posso fazer isso...”
Saiu.
Sentia-se impotente.
Viu o seu sonho arrancar para outras paragens...

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